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Há em nós um saber que escapa ao eu; a nós mesmos.
Não somos senhores do que dizemos,
nem donos do que nos move.
O inconsciente fala — e fala bem.
Fala com lapsos, sonhos, sintomas.
Fala nos silêncios, fala nos exageros.
Na análise, não se trata de entender,
mas de escutar o que insiste.
De dar lugar ao que retorna,
de sustentar o enigma do desejo.
Porque ali onde a gente acha que sabe alguma coisa,
é justamente onde falta saber.
E é nessa falta que algo de novo pode surgir.
No Seminário 17, Lacan retoma a articulação entre saber e gozo —
chamando o saber de “meio do gozo” e a verdade como irmã de gozo.
Ou seja, o saber inconsciente, ao mesmo tempo que estrutura o sujeito,
também o aprisiona numa repetição — repetição de gozo atrelada ao significante.
A interpretação não visa ser compreendida, mas a produzir efeitos.”
Não se trata, então, de compreender a si mesmo,
nem de atribuir sentidos onde algo claudica.
Trata-se de romper com o saber que se repete —
de furar o saber que goza
de tocar o ponto onde o sentido falha,
e algo novo pode enfim surgir.